viernes, abril 18, 2008

No comboio de Tavira


Parte
Outra vez, sozinho
Aquele aborrecimento tão divertido de sempre
Aquele que não mente
Outra vez, admito

Se não fosse o emprego do desolamento
De aquelas duas linhas que levam a ocidente
E acaba na Espanha
Lá, tão dentro
Onde deixa de ser bilhete
E passa a ser
“boleto”

Sartre,
Outra vez, Explica
De que vale a existência de um ser que anda a carvão?
Que leva Ninguém, carregado com um malão?
Outra vez,
admita

E aquele soldado parte com os seus bandos
E o amado e a sua vizinha dançam os tangos
Por onde Fernando Pessoa
Brincava a ser Alvaro de Campos
É no comboio de Tavira que a imaginação voa

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